terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ENXERTIA EM VIDEIRAS

O processo é de cunha.
Deve ser feito mais ou menos ao nível do solo.
Nem o manso deve ficar enterrado,enraiza e acaba por matar o cavalo,nem o bravo deve ficar fora do solo,estaria sempre a criar rebentos,ladrões,não deixando desenvolver o manso.


Depois deve ser acovilhado,fazer um monte de terra,com muito cuidado para não desviar o prumo.
Costuma dizer-se que a ciência desta enxertia não está no enxertador mas no cobridor.

Também se pode fazer enxertia aérea,utilizando o processo descrito pelo amigo Relógio de corda.
Faz-se uma boneca cheia de terra,à volta do enxerto,também se pode usar metade de uma garrafa de plástico cheia de terra ou,de preferência,barro.

Essas modernices de enxertia na mão,com cola resinosa,e enterrar depois o bravo,nunca fiz nem uso,só é possível com bravos de laboratório que também não uso.

mário

sábado, 25 de fevereiro de 2012

COMPOSTAGEM OU HUMIFICAÇÃO

A compostagem,ou humificação,é indispensável para uma agricultura não agressiva e intoxicadora do meio ambiente.
Não desperdice os seus resíduos orgânicos,todos servem para compostar,restos da cozinha e restos da limpeza do quintal ou jardim.
Devem entrecalar-se,residuos verdes com resíduos castanhos,regar bem, e cobri-los com uma pequena camada de terra ou folhas.
Da qualidade dos resíduos,com ou sem químicos tóxicos,depende a qualidade do húmus obtido.


Aí está um bom exemplo de depósito para comostagem,com reaproveitamento de desperdício.

Este foi oferecido pela autarquia.


Não deve ter fundo.Aqueles orifícios são muito importantes e indispensáveis para se libertar o gáz metano gerado pela fermentação.
Deve colocar-se no exterior da casa.


Da quantidade de oxigénio disponível para a fermentação depende a maior ou menor quantidade de azoto no composto final.


Se o composto já estiver em terriço completamente desfeito deve ser incorporado no solo,se ainda estiver mal compostado e com chorume deve ser colocado à superfície em volta das plantas.


mário


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ENXERTIA DE CUNHA

É,quase de certeza,o sistema de enxertia mais utilizado,de cunha.Por cá tudo o que é de cunha parece pegar bem.

Este é o material que uso,uma navalha velha mas de excelente fio,uma pedra de afiar muito macia que,por ter sido encontrada aqui no monte já deve ter sido utilizada um par de vezes e fita isoladora,gosto da preta e,por não entrar tanta luz ou calor,mantem o enxerto menos desidratado.
Ainda é um pouco cedo mas,trata-se de amendoeira e é uma variedade tradicional de Alfândega da Fé que um amigo me enviou e que não queria perder.Chama-se Parada,é o nome da aldeia,ou refêgo.


Corta-se um pedaço de vara mansa,deve ter o mesmo diâmetro,ou menos,do bravo onde se vai colocar,costumo deixar-lhe dois olhos,e afia-se em cunha como mostra a foto.




Abre-se o cavalo,ou bravo,ao meio e coloca-se na ranhura a cunha mansa.Pelo menos de um dos lados a pele de ambos deve ficar rigorosamente encostada para a seiva poder circular,disso depende o enxerto pegar ou não.






Depois,com cuidado para não tirar a cunha do lugar,dou-lhe três ou quatro voltas de fita isoladora e já está.




Também se pode pedir à bruxa para fazer uma reza.




mário








quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

NESPRAS,ERVILHAS E FRIO

Mesmo com este frio ainda escaparam algumas nespras,poucas,aquelas mais abrigadas com as folhas.

As ervilhas é que estão búzias,algumas já provaram,só uma ou outra.É uma variedade bem adaptada,já por cá anda há muito tempo.


É sempre vantajoso usar variedades autóctones,bem adaptadas a clima e solo.


mário



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MAIS PODA

Ficaram para alí algumas árvores,por podar,para tirar uns garfos,ou prumos,para enxertia.

Este é um damasqueiro (parece que por ter vindo dos lados de Damasco),ou albricoqueiro,como se diz aqui pela Beira.
Gosto de poda aberta,sem galhos no centro,para que possa entrar bem o Sol.
A fruta é mais fácil de apanhar,amadura melhor e,assim,é mais saborosa.

Este pessegueiro,enxertei de uma variedade de pavias (pêssegos de rilhar),que um amigo me arranjou.
Saiu de uma variedade de árvores trabalhadas para serem podadas em eixo revestido.
Tem dado a água pela barba para o abrir,já vai indo.

No Entrudo pega tudo.
Vamos às enxertias.

mário

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DANÇA NUPCIAL

Aí está ele,soberbo,a iniciar a dança nupcial.Começa por arrastar a asa.

Uma pequena,e consentida,perseguição.



E o acto.





Depois,bem,depois a dança de sapateado como que a demarcar bem o domínio.




Bem,como está,de facto,algum frio,o Sol acaba de dizer até amanhã,lareira acesa,com as rachas sacadas à força das cunhas de um cavaco velho e ressequido,um chisquito da meia magra da banda,um carolo de pão de farinha integral,amassado e cozido com gosto cá em casa,um copito da costa da terra de meu pai e uma música de Fernando Lopes Graça,tudo,para ajudar a digerir um excelente poema de Armando Silva Carvalho,da sua obra O Amante Japonês,que o querido amigo Cid teve a amabilidade de enviar.


"Já não vejo o som mas só a lama E acelero.Quero atravessar este país depressa Antes da morte.Já não oiço a luz mas só o sono E travo Contigo, com os teus freios cansados E as tuas jantes tortas.Sigo esta pista de silêncio E arrabalde de velhos.Arrastamos connosco a história cega E acrobata deste tempo.Chamo a tudo isto uma gincana Nas traseiras da Europa Já não viajamos, vamos em ponto morto E a meta é ali Desperta.".

Diz-se que o frio mata os ratos,sim,aqueles que tanto mal fazem às culturas.



mário




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

CUNHAS

Não,não são dessas.
Agora que a mentirologia anuncia um frio de rachar,e as que por aí havia não encontro devem ter ficado no lugar de utilização,fui arranjar outras.

Aí estão,novinhas em folha.
Se alguém precisar,faça favor de se servir.

Nestes dias de borrasca são as férias dos camponeses,lareira,um chisco e um copo,enquanto houver.

mário