A DESCULPA

Esta maravilha de azeite,já corre ali,na COOPERATIVA CAMPONESES DO VALE DO ALTO MONDEGO-PARQUE NATURAL,CRL.-Mizarela-Guarda.
É a desculpa para tamanha ausência aqui pelo beloguito.
Vou tentar por aqui vir sempre que sobre um minutito.

Como esta geringonça continua a ameaçar-me de não deixar pôr fotos,deixo um link para explicação mais detalhada.

http://trepadeira-trepadeira.blogspot.pt/2012/12/ha-ouro-no-vale-do-mondego.html

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AMANITA CESAREAE

E como já consigo colocar fotos novamente aqui fica o petisco de ontem:

Amanitas dos césar,com pimentos e cebola,passadas em azeite e acompanhadas de pão centeio feito cá em casa.
Uma delícia.

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MEDRONHEIRO

Um medronheiro já com alguns frutos maduros,parecia haver poucos mas,com estas chuvadas,lá vão amadurando.
É um arbusto de três ou quatro metros de altura,em condições excepcionais podem atingir maior porte.

Mais a Norte são conhecidos como merógos e a árvore como merogueiro.

São excelentes para fazer aguardente,se tiver tempo ainda apanho alguns.

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SANCHAS

Sanchas,ou pinheiras,pois aparecem em pinhais velhos,estas são mais medronheiras,foram apanhadas junto dos medronheiros.
É um "Lactarius deliciosos".
Como o nome indica é de um paladar excelente.
Tem a propriedade de regular o nível de açúcar no sangue.

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COMO O BICO DO PARDAL

Os alhos,diz o povo,"no natal como o bico do pardal",pois,dada a humidade no solo adiantaram,até o bico do pardal já está aberto.

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AZEDAS E JEROPIGA

 Esta é a outra variedade de azedas,aqui,já prontas para serem ripadas e juntas com cebola e azeite.

 No s. martinho,como é cedo,este ano,para provar o vinho,vai ao pipo da jeropiga e bebe um copinho,com as castanhas assadas na lareira.

São alguns dos gatos que dividem o espaço comigo depois de provarem a jeropiga.

A receita de jeropiga que meu avô usava:
Mosto acabado de fazer e
aguardente de bagaço.
Como o pipo que uso é de 20 Lts ponho 15 de mosto e 5 de bagaceira,alternando,aos poucos, para que misture bem.

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PILONGAS

PILONGAS É O NOME DADO NO DOURO

(Vila Nova de Foz Côa)

De Frades a Rocos até Púcaras,já ouvi chamarem-lhes.

 Nesta fase,muito fechados,podem confundir-se,até mesmo,com a algumas amanitas muito tóxicas.

 Quando começam a esfarrapar são muito mais fáceis de identificar.Devem apanhar-se já abertos para poderem disseminar os esporos(sementes).

 Os mais abertos são grelhados,na brasa,com uma areiazita de sal.

Os outros,estufados,são um petisco,sobre pão torrado.

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ENCAMBALHOTAR

 Ora aí estão já encambalhotadas,só algumas para a fotografia.

Penduradas na trave,onde vão acabar de secar,na adega.

Bem sei,o termo correcto é encambar mas,lá para Chaves,sempre se disse encambalhotar e,como o povo é quem mais ordena,se não é devia ser,vamos entender-nos assim.

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ERVILHAS E FAVAS

 As ervilhas já encarreiram.

As favas começam a esgrilar.

Estas chuvadas têm ajudado.
Segui o conselho de minha avó:
Vinho ao lagar favas ao faval.

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CEBOLAS DO TARDE

Estão a arejar,à espera que passe a preguiça.A variedade é saloia.
Ainda produziram mais ou menos,para guisados e saladas devem chegar.

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COUVE-DA-CHINA E ESPINAFRES

 Com a chuva tem animado,começa a repolhar,a Couve-da-china.

Os Espinafres estiveram amuados todo o Verão,só agora começam a arrebitar.
Vou aproveitar,quando vier a primeira geada lá vão.

Vou ver se arranjo tempo para encambalhotar as cebolas,logo mostro.

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LAGARTA DA COUVE

 Esta é a Borboleta-da-couve,assim chamada por fazer a postura,quase sempre,nas couves.

 Os ovos são depositados,quase exclusivamente,na face inferior da folha.

 Quando as lagartas eclodem começam a comer como que raspando a folha,deixando-lhe este aspecto translúcido.É nesta fase que se devem eliminar,estão agrupadas,é muito mais fácil.

Voltando a folha cá estão elas.

Há alguns replentes,infusão de ortigas ou de funcho.
Alteram o odor,e também o paladar,da couve levando a iludir o insecto.

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AZEITONA PR'A TALHA

 Está no apanhar,nem muito verde,nem muito madura,para curtir.

A variedade é "serra-de-gata",redonda,carnuda,com caroço miúdo,excelente.
Comecei a ripá-la hoje.

Este ano as uvas não deram para encher,como tem de ser,totalmente o pipito.
Usei um truque antigo,meter dentro do pipo,até encher completamente,madeira de carvalho seca.
Retira-se,quando o vinho acabar de fermentar.

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REPOLGAS OU CONCHAS

 A natureza,sempre pródiga,mesmo contra as agressões,a presentear estes petiscos.
Aparecem,nos troncos mortos e até vivos,desde que feridos e em parcial decomposição,assim em escada.
Para uma identificação mais rigorosa,como convém,o nome científico,"Pleurotus ostreatus".

Só colhi os necessários para um arrozito.
Ainda lá ficaram para uma omoleta e restarão muitos para a semente.

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BACALHAU DAS PAREDES

 As azedas,com esta chuvita,aparecem por todos os lados,tenrinhas,apetitosas.
Não se deve abusar,contém ácido oxálico.

Aí estão,já prontas,para misturar com cebola e azeite.

Lá teremos de voltar ao bacalhau-das-paredes,ou vamo-nos a eles.
Na altura da guerra,sem dinheiro e com racionamento,as pessoas colhiam as azedas e amassavam-nas com batatas cozidas,diziam que lhes davam paladar a bacalhau.
Não tarda,estamos na mesma,em vez de paladar,se calhar,só cheiro.

Acabei de semear as ervilhas depois de estarem dois dias de molho.
Sempre ficam melhor semeando dois regos e deixando um espaço,mais dois regos,e assim por diante.O espaço é para poder entrar pelo meio delas,para as colher,sem andar a partir as estacas e pisar as ervilhas.

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ÚLTIMA

A ereveira de melancia nasceu de geração espontânea,no fundo do talhão das alfaces,era tarde,lá foi bebendo e acabou por dar isto,tolhida e inverniça,não estava má.

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CHÁZINHOS

 Com estas chuvas os chás resolveram ofertar-me uma segunda colheita.
A salva está linda.

O limonete não quis ficar atrás e rebentou com esta abundância.

Amanhã vou plantar os alhos.

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REBUSCO

Enquanto não gear vão dando,não amaduram tão bem mas,mesmo assim,são saborosos.

O rebusco,era um uso,vindo pelo menos da idade média.
Depois da colheita,sempre fica algo,umas batatas,umas castanhas,uns galelos,que quem não tinha podia ir colher.Um costume que não era uma esmola,não humilhava,era antes uma espécie de solidariedade.

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O PRIMEIRO

 Bem me parecia,com estas chuvitas de Outono,aparecem os primeiros,tortulhos,rocas,frades,guarda-sóis,etc..

 Bem aberto,mesmo assim,não encontrei o parceiro,quase sempre estão,pelo menos dois.

Aí está o tal anel que os identifica com certeza,parecendo duplo,deslizante ao longo do pé.

Este vai ter honras de borralho,assado,com uma pedrinha de sal.

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SERÔDIA

 A azeitona ainda está atrasada,se vier mais uma chuvita outro galo cantará,como diz o povo.

Este foi o escolhido para pai dos pitos.

O vinhito está quase no empipar,pois,não dá para encubar.

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"PIRUM"

Como diz o meu vizinho e amigo,já aí andam os "piruns".
Quando nasce a primeira ervita trato de os encomendar,nada de mamutes,estes,como os que criava minha avó.
Parem ovelhas a pastar.

Ajudam-me a fotografar as aves-de-rapina,têm um tal poder visual,detectam-nas a grande distância,é só estar atento ao pio de aviso e procurar bem no horizonte.

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VAGENS DO TARDE

 Os feijões semeados em fins de Agosto começaram agora a produzir.

Serviram para fazer um petisco,feijão-verde estufado.
Feito o estrugido,acrescenta-se um tomate pequeno e as vagens cortadas longitudinalmente,passados sete a dez minutos,acrescenta-se água,não muita,só a cobrir o feijão,tempera-se e deixa-se ferver até apurar o molho,mexendo sempre com colher de pau.

É uma boa receita para esta época.
Já nos levaram couro e cabelo,agora querem levar o pão.

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GRELINHOS

Aí estão os primeiros deste ano,tiveram de ser regados três,ou quatro,vezes,adiantaram um mês.
Estão muito bons.

Cozidos,passados em azeite e alho,com batatas a murro.

Grelos S. Cosme,estrumados com húmus dos galináceos e regados com água de nascente;
Azeite extraído a frio de azeitona ripada,com todo o carinho,à mão,de oliveiras centenárias da variedade galega;
Batatas criadas sem rega,pequenas,brancas,a desfazerem-se em farinha.
Tudo cultivado com dedicação e amor.
Comidas em boa companhia.

Um encanto e uma satisfação, sabendo que o bando de assaltantes e ladrões nunca provará nada parecido.

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ALCAPARRAS E OGM

Quando as azeitonas,ainda verdes,começam a cair podem fazer-se alcaparras.

Colocam-se cobre um cepo e com um maço pequeno de madeira aplica-se uma pancada seca em cada azeitona,o caroço sai para um lado e a polpa para o outro.
Assim descaroçadas curam-se com água bem quente e cinza.
São um petisco.
Dois cuidados:
1-Sem luvas as mãos ficam encardidas de azinhagra,são difíceis de lavar;
2-Duram pouco,devem comer-se em duas ou três semanas.

Para alertar,mais uma vez,sobre o perigo dos ogm (organismos geneticamente modificados),vulgo transgénicos,e também como esclarecimento complementar ao comentário deixado em,NEM OS CHÀS ESCAPAM,deixo dois link:

http://planete.blogs.nouvelobs.com/archive/2012/10/06/ogm-l-agence-europenne-aux-doubles-casquettes.html

http://leplus.nouvelobs.com/contribution/646102-ogm-l-efsa-a-manque-a-une-deontologie-elementaire.html

Qualquer dificuldade com o idioma é facilmente suprida pelo tradutor da net.

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SOPA ALENTEJANA DE BELDROEGAS

Existem várias formas de a confeccionar,quase sempre à volta dos mesmos ingredientes,esta é uma variação da receita que me enviou o amigo Cid Simões.
Como tive o prazer de a partilhar com amigos alentejanos que,também por amizade,lhe deram um gabão sem mangas,aí fica.
Numa panela com azeite,bastante são gulosas,deitei a cebola cortada às rodelas e os alhos,também bastantes e com a pele,deixei refogar até a cebola estar transparente;
Acrescentei as beldroegas,só as folhas e os talos tenros,muitas,e uma folha de louro;
Passados cinco ou seis minutos acrescentei a água a ferver e as batatas;
Quando as batatas estavam quase cozidas acrescentei queijo de cabra fresco biológico,era o que tinha,e um ovo para cada um para escalfar;
Corrigi o sal;
Na terrina da sopa coloquei pão alentejano biológico,da padaria Caro de M. Lurdes Caro-Rua António Luís Fidalgo em Afonsos -Pegões,comprado,bem como o queijo,na loja MIOSÓTIS-Rua Marquês Sá da Bandeira,nº16-A em Lisboa,dos amigos Ângelo e Manuela,pão alentejano biológico,dizia,fatiado fino;
Por cima do pão despejei o preparado,esperei cinco minutos para que o pão absorvesse o líquido,e serviu-se de imediato.

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Post scriptum:
Não se trata de qualquer publicidade,todos os produtos biológicos têm aqui referência,com todo o gosto e empenho.

GALELOS

Depois da vindima ficam sempre uns galelos.Amaduram mais tarde,uns são para a raposa,outros para os garotos.
Este é um galelo da portuguesíssima D. Maria.

O vinho foi hoje para o lagar.Os cães poucas uvas me deixaram,não,não são vadios,são da caça,alguns indivíduos só os alimentam quando precisam deles,outros alimentam-nos mal,com ração,e os animais têm tais carências que comem tudo o que lhes aparece.
Para acabar de encher o pipito,um amigo de Almeida,arranjou-me uns marufos,uns bastarditos e uns rufetes.
Vamos ver o que dali sai,há pouco já começava a levantar a cortiça.

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NABIÇAS

As semeadas em meados de Agosto já vão servindo,até aparece também um ou outro grelo.
As semeadas na última chuvada começam a esgrilar.

Preparar os pipos para o novo.Encebá-los,bem encebados,para não verterem.
A vindima do bravo ainda espera mais um mês,deve estar bem maduro para fermentar o suficiente.

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SEMENTES LIVRES

 Com esta chuvita,pouca mas deu um jeitão,começaram a aparecer os botões das flores na Nespereira.
Como vem aí o frio a árvore trata de lhes fazer um abrigo de folhas.

 O alecrim também respondeu com uma segunda floração.

 Acções muito interessantes do MOVIMENTO GLOBAL PELAS SEMENTES.
Temos de lutar por elas.
A ganância quer roubar a essência da vida,as sementes.

Quem estiver por perto , e queira, tem aí uma boa oportunidade para conseguir sementes tradicionais.

Mais uns dias e é tempo de plantar os alhos.
No natal como o bico do pardal,já devem romper a terra.

mário