JÁ SE ARMAM

Já se começam a armar.Só me deixou fotografá-lo assim,depois pediu desculpa pela má educação.

E também já têm monca.

É,ainda,altura de plantar as couves galegas para o caldo verde do próximo ano.Já não espigarão na próxima Primavera.

Para comer os deliciosos espigos galegos contem com as plantadas até ao Verão passado.

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SANCHAS OU PINHEIRAS

Estes cogumelos deliciosos,como o nome indica,"Lactarius deliciosus",são conhecidos vulgarmente por sanchas,pinheiras,etc..Têm a particularidade de regular o nível de açucar no organismo.

Surgem,quase sempre bem disfarçados,nos pinhais,daí um dos nomes vulgares,pinheiras.

Este,contrariando o costume,está no meio dos medronheiros,junto a um pé de rosmaninho.

Fica assim demonstrado que também interagem com outras árvores e,não exclusivamente com pinheiros.

Para além da côr este fungo exsuda um líquido côr de telha,ou de laranja,rapidamente visível nos dedos,que permite identificá-lo com facilidade.

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ATÉ SEXTA-FEIRA

ATÉ SEXTA-FEIRA SÓ DAR ÁGUA E COMIDA AOS ANIMAIS QUE ME FAZEM COMPANHIA.

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VOLTANDO AOS AGRIÕES

Ficou por dizer algo muito importante e que justifica voltar ao tema.
No mesmo habitat dos agriões surge uma planta,muito tóxica,a sicuta.Aparece na fotografia mostrando aquelas folhas semelhantes à salsa.
Não se deve colher.Ela avisa quando,por lapso,se corta,tem um cheiro fétido.

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AGRIÕES COM REPOLGAS

Ainda a pocita não encheu e já os agriões começam a aparecer.Estes selvagens de folha pequena são os únicos que colho.Não gosto daqueles de folha larga,criados em viveiros,tem pouco paladar e nunca se sabe de onde vieram nem que água beberam.Também não os quero cá perto,podem vir hibridar estes.
São uma delícia,com um pouquito de cebola,cultivada ali da saloia,azeite extraido a frio e sem água e umas gotas de vinagre do morangueiro que azedou o ano passado.

Para acompanhar as repolgas refogadas em alho e cebola,ou em omoleta.

Com as chuvadas estão por todo o lado.

Até nos restos dos troncos apodrecidos.

Aqui com a colocação mais característica,em escada.

Começa a ser tempo de semear as ervilhas,cuidado,as de quebrar hibridam,com muita facilidade,com as de grão ou,como se diz mais a Norte,os ervilhotos.

Ficam irremediavelmente estragadas as duas variedades,as de quebrar ficam fibrosas,cheias de fios,intragáveis,as de grão,miúdas,grão áspero e desagradável.

Para evitar tal perigo só semeio de quebrar.

Quem quiser semear as duas variedades deve fazê-lo a grande distância uma da outra.

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ENCONTRAMO-NOS NO ENCONTRO

PÉ AZUL

Como o prometido é devido,hoje fui procurar o "Lepista nuda",para fazer um delicioso petisco,perdoem o pleonásmo,aí ficam algumas imagens.
São mesmo lindos.Apropriados para ornamentarem uma ceia à lareira,com ou sem velas.

Não é só o pé a ser azul também as laminas.

Logo em jovem já apresenta a côr característica.

Aparecem por baixo das folhosas,sobretudo carvalhos,na manta morta,onde se disfarçam muito bem.

Há algumas espécies semelhantes,não tão semelhantes que atenção e rigor não possam evitar as confusões.

Estes cogumelos,difíceis de ver antes de estarem completamente desenvolvidos,requerem alguns cuidados e bom senso na colheita:

Andar devagar colocando os pés,se possível,em solo nu ou rochas para não pisar os mais jovens.

Regressar,nos locais onde estão as colónias,pelas mesmas pégadas limitando assim os estragos.

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LEPISTA NUDA

Este belo fungo é um "Lepista nuda",vulgarmente conhecido como "Pé-azul".É delicioso.
Como não ia apanhá-los para comer,já tinha suficientes repolgas,não o arranquei,para quê estragar?
Nos próximos dias irei fotografá-los de frente,trazeiro e perfil,para que se possa identificar bem.

Nos anos quentes e com pouca chuva costumo apanhar uma pouca azeitona,para curtir,bem mais tarde.Ainda não está muito adiantada esta variedade "serra-de-gata",muito verde é mais ácida e demora bem mais tempo a curtir.
Apanhar mais tarde porque:
São,normalmente,anos de mais mosca e logo mais azeitona furada,assim,grande parte da bichada já caiu.Não uso agrotóxicos,prefiro os bichinhos aos venenos.
Alguma furada que esteja na árvore vê-se bem melhor.
Quem tiver sensibilidade nas mãos,ao ripar,sente que alguma se desprende com muita mais facilidade,essa é a bichada.

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ATREVIMENTO

Se lhes der jeito apareçam.

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"REPOLGAS" OU "CONCHAS"

Aproveitando as abertas da tarde de ontem,numa pequena volta pelo sobreiral,fui procurar outro cogumelo delicioso o "Pleurotus ostreatus",vulgarmente conhecido como "repolga",mais a Norte,e "concha" mais a Sul.Nascem nos troncos mortos,por vezes também em árvores vivas.
Quase não tem pé,ou um pé muito curto,menos de 1cm.

Primeiro apareceram estes dois quase acabados de nascer.Têm uma côr linda.Um cinza-azulado,passa depois a amarelado tornando-se coreáceo.

Mais três num tronco meio ardido.

E,logo a seguir,uma pinhoca deles num sobreiro ardido.

E ainda mais outra.

Devem colher-se enquanto ainda jovens.

Têm uma textura consistente,suportando bem uma cozedura mais prolongada.

As outras espécies de pleurotus não são muito semelhantes nem fáceis de confundir.

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"MACROLEPIOTA PROCERA"

As últimas chuvadas fizeram nascê-los,muitos,alguns, já na cozinha,à espera de serem bem limpos,antes do petisco.
Os mais abertos vão para a brasa,só com uma areia de sal,para petiscar no pão.
Os restantes refugados em azeite com cebola,alho e um pimento,destes últimos,ainda tenro,comidos sobre pão frito também em azeite.
Podem fazer-se em arroz,refogados como anteriormente retiram-se e guardam-se,acrescenta-se água,deita-se-lhe o arroz,quando estiver quase cozido juntam-se então os cogumelos;assim não cozem demais,não ficam molarencos,ficam com textura muito agradável.
Pode sempre acrescentar-se outros condimentos mas,o paladar deles é tão bom,junto só um toquezinho de picante,uma ponta de malagueta-corno-de-cabra.

Colho todos com esta faquinha,dita da vindima,curva dá jeito para cortar o pé.

Não se devem colher cogumelos com o chapéu completamente fechado,ainda não largaram a esporada (semente),não podendo assim reproduzir-se.
Deve fazer-se a primeira limpeza no local onde se apanham,aí é que a semente germinará bem.
A cesta para o transporte pelo campo deve se de vime para permitir que a esporada vão sendo dessiminada,é como se fosse uma sementeira,ajudando a natureza a preservá-los.

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Hibridada

Na altura,em que falei do assunto,não tinha ainda passado as imagens para o computador.Aí está uma das pencas cruzada,ao que tudo indica,com a galega (a tal usada no caldo verde).
Não cria repolho,fica assim aberta.
O paladar não agrada,não é carne nem peixe.
A textura é rija e,às vezes,até fibrosa.
Os coelhos lá as vão comendo,à falta de melhor,a fome é negra.

Cada vez é mais necessário guardar e preservar as sementes autóctones.
Produzem melhor,com menos cuidados e menos "tratamentos",ou nenhuns.Estão já bem adaptadas a solo e clima.

O que por aí anda tem cada vez menos qualidade.

Algumas sementes à venda,embora com o nome das variedades regionais,nada tem a ver.Algumas são já mesmo alteradas em laboratório.

No interesse de alguém que não os camponeses.

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FRADES

Talvez um dos cogumelos mais conhecidos e mais aproveitados.

É o ,"Macrolepiota procera",vulgo,frades,púcaras,tortulhos,chapéu,etc..

É de fácil identificação,no entanto,há que ter um cuidado:

Existem cogumelos,com a mesma configuração,muito tóxicos,são os micro,ou pequenos lepiotas,muito mais pequenos,(até + ou - 8cms),têm um pormenor que os distingue,nos comestíveis o anel que se vê na fotografia é dobrado,como se fosse duplo,e deslizante,(não está preso ao pé),nos tóxicos é fixo,(está preso ao pé).

Deve-se verificar sempre.

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CORAÇÃO-DE-BOI

É uma variedade de couve muito boa embora de textura mais consistente.
O coração-de-boi tem tendência a cruzar-se com outras variedades de repolho,ficando com aspecto disforme e com o sabor muito alterado,para pior.

Como,habitualmente,se plantam,todas as variedades,quase na mesma época,se quisermos guardar a semente convém,antes da floração,isolar a couve.Serve muito bem um saco de rede habitualmente usado para proteger os presuntos mas,desde que não permita a passagem de insectos deixando,por outro lado,passar o ar e a luz,já serve.

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"MEDRONHOS" OU "MERÓGOS"

Não chovia,a maior parte estava a cair sem amadurecerem mas,afinal veio a chuvita,começaram a engrossar e pode ser que ainda cheguem para fazer umas garrafitas de aguardente,para provar e juntar a alguns cozinhados.

Em alguns medronheiros ainda ficaram muitos.

Já começam a corar.

Ando a arrumar a tal lenha que aquece três vezes.É boa,da limpeza do carvalhal.

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PENCAS

Pois,as "pencas",não sei se terá algo que ver com narizes,ou,asa-de-cântaro,sete-semanas,cedo-vem,vianinha,de-cortar,do-natal,penca-de-Chaves,penca-de-Mirandela,etc.,em cada região seu apelido,já vão servindo.Estou à espera que gie.
É uma couve bem portuguesa,muito apreciada,com um paladar delicado.Não pode faltar na tal de consoada.
Óptima,mesmo indispensável,em caldo de feijão vermelho.

Este ano,algumas das tais de Mirandela,apareceram cruzadas com galega,ficam para os coelhos.

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FLOR E LOMBARDA

A couve-flor já começa a servir.
Além de cozida e temperada com azeite,também se pode fazer em arroz,ou então escaldada,2 minutos,ao vapor,laminada não muito fina,e frita com ovos mexidos,com cebola picada fina,sem cebola,com um pouco de alho,por aí.

As lombardas podem ser utilizadas de muitas formas mas,digo eu,é excelente para arroz,antes de acrescentar a água costumo entaloá-la junto com a cebola.

Ainda as não provei,estão a principiar a formação do repolho.

Já me ia esquecendo,é excelente para fazer couve fermentada "choucroute".
Há para aí muitas formas de o fazer,basta colocar a couve,cortada fina,num recipiente cilindrico de barro ou madeira,misturar sal,colocar uma tampa que entre justa e carregá-la com um peso.
O processo demora,no mínimo,um mês.
O recipiente não deve ser vidrado com chumbo pois o ácido da couve vai corroer as paredes e fazer com que o metal pesado se misture na couve.

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RABAS E CABEÇA-DE-PADRE

Depois desta chuva as couvitas já se deixam comer.Esta é da variedade,vulgarmente designada,cabeça-de-padre.
Já está na mesa da cozinha.
Fotografeia ao lado da malga da marmelada para se poder imaginar o tamanho real.

Com a mesma tigela como referência aí fica uma "raba",ou "rutabaga".
Já estão comestíveis.
Daqui até ao natal,época em que se comiam,e comem, cozidas,a acompanhar bacalhau e batatas,ainda crescem o dobro.

Não esqueçam a plantação dos alhos e a sementeira de favas e ervilhas.

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AGARICUS

Desculpar-me-ão por usar o nome científico dos cogumelos.Só assim podemos ter uma identificação correcta.
Por outro lado há algumas espécies com variados nomes vulgares muitas vezes variando de região para região.
Esta fotografia representa o "Agaricus" da mensagem anterior visto pelo outro lado.
Com a idade,poucos dias,o castanho claro passa a castanho muito escuro,quase negro.
Nessa fase podem tirar-se-lhe as laminas e recheá-lo.
Aqui outro exemplar da mesma espécie acabado de "nascer".

O mesmo arrancado,com toda a "raiz",e voltado.

Pode ver-se a semelhança com os cultivados.Os tais,indevidamente chamados,"champignon de Paris".Muito fino e pouco apropriado.

Os cultivados não têm o mesmo sabor nem textura:

São semeados em estrumes,quase sempre,provenientes de criações de animais estabulados e intensivas,com resíduos de antibióticos,complementos alimentares,transgénicos,podendo ainda,se o estrume estiver mal compostado,ter excesso de nitritos.

Podemos confundir,à primeira vista,o "Agaricus",com o "Vascellum pratense".Não viria grande mal ao mundo,este também é comestível,enquanto jovem,branco e de textura firme.

Mas,uma vez colhido,verifica-se que não tem "pé".

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