Plantam-se junto de uma árvore,normalmente carvalho ou castanheiro,e deixam-se trepar,podando-as adequadamente,até ao cimo.A árvore também costuma ser sujeita a uma poda profunda,mantendo-a viva mas com pouca copa,reduzindo assim a concorrência,por alimento e água.
Sempre me causou admiração a forma como as pessoas trepavam,por frágeis escadas de madeira,até grandes alturas para podar e vindimar.
Alguns,mais atrevidos,mudavam as escadas pendurados nos arames e puxando-a com os pés.Autêntico exercício de circo.
VINHO DOS MORTOS,era,digo era porque julgo estar quase extinto,uma interessante forma de conservar o vinho na região do BARROSO (Boticas).
Região fria,onde,as poucas uvas que há,amaduram mal e,pela casta,morangueiras,dão pouco alcool.
Por outro lado,a festa da Vila,é tarde (finais de Setembro julgo) e o pouco vinhito já se tinha ido.
Assim surge uma forma engenhosa:
Após a fermentação em lagar o vinho era engarrafado,ainda mal limpo,com restos de bagaço.Como a fermentação continuava corria-se o risco de as rolhas saltarem,ou mesmo rebentarem as garrafas.Enterravam-nas então no chão das adegas de gargalo para baixo e com uma boa camada de terra por cima.Aí ficavam protegidas e escondidas.
Na festa iam-se desenterrar os mortos ou,nesta caso,as mortas.
Ainda provei algumas pela mão do bom amigo,não pelo vinho mas pela lucidez,cultura,camaradagem e encantadora conversa,Nána Videira.
mário
Mário, qual é a casta desse enforcado?
ResponderEliminarTanto quanto sei, lá por Covas de Barroso, ainda continua a saga do vinho dos mortos.
Abraço
Caro Armando
ResponderEliminarEste enforcado é uma casta,por aqui vulgar,designada por "percevejo-da-Rapa".
Parece-me ser uma sub-espécie do vulgar morangueiro.
Abraço,
mário