sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O BUCHO

O bucho que aqui trago é o mais antigo e tradicional.
Hoje andam por aí outras versões actualizadas já não feitas no bucho mas nas bexigas e mesmo misturando outras carnes.

Aqui está ele ao fumo.

Pela pequena abertura,feita para o lavar,introduzem-se as costelas, parcialmente descarnadas (na imagem estão partidas mas eram mais vezes aplicadas inteiras,depois de sorçadas,misturadas com bastante cebola cortada grosseiramente.Cose-se a abertura,apertando o mais possível para retirar o ar,com linha de algodão.

Não deve estar ao fumo mais de duas semanas,como não pode ser bem cheio tem tendência a criar bolor.

Deve ser cozido com muito cuidado,aí está o segredo,da seguinte forma:

Envolve-se numa toalha de linho bem amarrada para o proteger;

Pendura-se de uma vara colocada na boca do pote para não encostar nas paredes ou no fundo;

A fervura deve ser lenta.

Se rebentar entra-lhe a água e fica estragado,isto é,com paladar aguado.


É um petisco que ainda hoje junta grande parte da família.


Como a matança do porco era guardada para o início das férias de natal,para toda a gente poder participar, o petisco do bucho caía, quase sempre,nos reis.

Havia um vizinho que se prontificava a ir de joelhos de Mairos a Travancas para comer do bucho,(são alguns 6 ou 7 kms.).


mário



2 comentários:

  1. Faltava o bucho para rematar. Esta sim, é a rainha das iguarias. Nem sei se me lembro de comer algum a que não tivesse entrado água.
    Abraço

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